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quarta-feira, 15 de junho de 2011

A mais recente bobagem de Sarney

Por Reinaldo Azevedo


Quando o outro diz uma boçalidade, a nossa crença na razão e na iluminação do espírito tende a nos levar a dizer: “Coitado do Sarney! Olhem como ele diz besteira!”. Ou ainda: “Coitado do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte! Ele não tem em mãos nem mesmo uma versão decente de Os Lusíadas”. É essa nossa crença generosa que nos faz ter pena de algumas bestas morais. No fim das contas, cumpre dizer: “Coitados de nós!”
O presidente do Senado, o tal Sarney, agora saiu-se com outra pérola:
“Eu acho que nós não podemos fazer WikiLeaks da história do Brasil, da construção das nossas fronteiras. Quanto a documentos atuais, esses aí eu não tenho nenhuma restrição. Acho que devem ser abertos, publicados. Eu quero é melhorar o projeto, eu não quero que o projeto não exista.”
É uma bobagem daquelas rechonchudas. Eu não tenho a menor simpatia pelo WikiLeaks ou por Julian Assange, a celebridade. Uma coisa é liberar documentos que digam respeito à história do Brasil depois de um determinado período; outra é promover o roubo de documentos oficiais de questões que digam respeito à segurança de estado que ainda estão em curso. A associação é descabida.
Ele avançou:
“Se pegarmos todo o nosso acervo histórico do Itamaraty, da construção das fronteiras do Brasil e fomos divulgar neste momento, nós vamos abrir feridas com nossos vizinhos. Os nossos antepassados nos deixaram esse país com as fronteiras consolidadas. Por que vamos agora abrir para esses países?”
Sarney, pelo visto, está disposto a alimentar a fantasia de que o Brasil deu um cavalo à Bolívia em troca do Acre e de que é o responsável pelo fim da doce utopia do tirano Solano López, no Paraguai. Huuummm… Ainda que fosse, né? A generosidade do Brasil com os “hermanos” já compensou… Considerando a refinaria da Petrobras que Evo nos roubou, o financiamento do BNDES, a compra de boa parte da cocaína boliviana e os carros roubados, já teríamos liquidado a fatura com sobra; seria o caso de reivindicar mais um pedaço da Bolívia — não que eu queira, evidentemente.
Fonte: Blog do John Ctrim

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