O governo da presidente Dilma Rousseff tem um “vazio” em sua comunicação com a sociedade que pode ser preenchido pela nova ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, afirmou o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) em entrevista ao UOL Notícias. Segundo ele, Gleisi é a chance do governo de ter uma “boa cara de comunicação” e “chamar atenção às políticas do governo”.
Para o senador, a falta de comunicação no governo Lula não era problema porque o próprio presidente “falava muito”. Como Dilma é mais fechada, Gleisi Hoffmann será muito importante, segundo Farias.
O político também opinou sobre a divisão da bancada de seu partido na Câmara: “A decisão da presidente Dilma de colocar a Ideli [Salvatti, nova ministra das Relações Institucionais] e não um deputado como ministro da articulação política, mesmo já tendo colocado uma senadora na Casa Civil, é a demonstração de descontentamento da presidente com a divisão que tem lá [na bancada do PT na Câmara]”.
Lindbergh Farias tem 41 anos e nasceu em João Pessoa. Presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE) de 1992 a 1993, liderou o movimento dos caras pintadas, contribuindo para o impeachment de Fernando Collor (PTB-AL) –hoje seu colega no Senado. Duas vezes deputado federal e uma vez prefeito de Nova Iguaçu (RJ), Farias agora cumpre seu primeiro mandato de senador. Filiou-se ao PT em 2001. Antes, foi filiado ao PCdoB e ao PSTU.
Veja abaixo os principais trechos da entrevista sobre o assunto:
UOL Notícias: A bancada do PT no Senado se sente prestigiada por ter Gleisi Hoffmann (Casa Civil) e Ideli Salvatti (Relações Institucionais) como ministras em destaque?
Lindbergh Farias: Sem sombra nenhuma de dúvida. A Gleisi foi uma decisão acertada da Dilma por dois motivos. Primeiro: a gestão do PAC está a cargo da Miriam Belchior (ministra do Planejamento). A parte que não estava com a Miriam Belchior estava sendo gerida pela presidente Dilma. Só que as decisões não podem esperar a presidente no meio de sua agenda oficial. Então a Gleisi vai concentrar suas ações em tudo o que não é PAC. Mas tem uma segunda questão: ela é também a chance de o governo ter uma boa cara de comunicação, não só por ser uma mulher bonita, mas por ser competente, por falar bem, pra tentar chamar atenção às políticas do governo.
UOL Notícias: O Palocci não tinha isso?
Farias: Não. O Palocci era completamente fechado, não se comunicava. Essa era uma característica dele. Que também é uma característica da presidente. Então a Gleisi, tenho certeza, vai virar uma voz frequente na divulgação das políticas do governo. É um acerto porque o governo tem que se comunicar mais, os ministros tem que se comunicar mais. Já o Lula falava muito e ocupava todos esses espaços. Não precisava mais ninguém falar porque ele já falava bastante. No governo agora está faltando isso. E a Gleisi vai ser muito importante.
UOL Notícias: Como o senhor vê as manifestações de divisão na bancada do PT na Câmara?
Farias: O PT da Câmara está muito dividido. Mas eles estão tentando superar isso. A decisão da presidente Dilma de colocar a Ideli e não um deputado como ministro da articulação política, mesmo já tendo colocado uma senadora na Casa Civil, é a demonstração de descontentamento da presidente com a divisão que tem lá [na bancada do PT na Câmara]. O recado foi dado de forma bem clara.
Tenho visto nesta semana [semana passada] várias declarações de unidade do Marco Maia [presidente da Câmara dos Deputados], do [líder do governo na Câmara, Cândido] Vaccarezza, do Paulo Teixeira [líder do PT na Casa]. Eles estão se esforçando.
Para o senador, a falta de comunicação no governo Lula não era problema porque o próprio presidente “falava muito”. Como Dilma é mais fechada, Gleisi Hoffmann será muito importante, segundo Farias.
O político também opinou sobre a divisão da bancada de seu partido na Câmara: “A decisão da presidente Dilma de colocar a Ideli [Salvatti, nova ministra das Relações Institucionais] e não um deputado como ministro da articulação política, mesmo já tendo colocado uma senadora na Casa Civil, é a demonstração de descontentamento da presidente com a divisão que tem lá [na bancada do PT na Câmara]”.
Lindbergh Farias tem 41 anos e nasceu em João Pessoa. Presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE) de 1992 a 1993, liderou o movimento dos caras pintadas, contribuindo para o impeachment de Fernando Collor (PTB-AL) –hoje seu colega no Senado. Duas vezes deputado federal e uma vez prefeito de Nova Iguaçu (RJ), Farias agora cumpre seu primeiro mandato de senador. Filiou-se ao PT em 2001. Antes, foi filiado ao PCdoB e ao PSTU.
Veja abaixo os principais trechos da entrevista sobre o assunto:
UOL Notícias: A bancada do PT no Senado se sente prestigiada por ter Gleisi Hoffmann (Casa Civil) e Ideli Salvatti (Relações Institucionais) como ministras em destaque?
Lindbergh Farias: Sem sombra nenhuma de dúvida. A Gleisi foi uma decisão acertada da Dilma por dois motivos. Primeiro: a gestão do PAC está a cargo da Miriam Belchior (ministra do Planejamento). A parte que não estava com a Miriam Belchior estava sendo gerida pela presidente Dilma. Só que as decisões não podem esperar a presidente no meio de sua agenda oficial. Então a Gleisi vai concentrar suas ações em tudo o que não é PAC. Mas tem uma segunda questão: ela é também a chance de o governo ter uma boa cara de comunicação, não só por ser uma mulher bonita, mas por ser competente, por falar bem, pra tentar chamar atenção às políticas do governo.
UOL Notícias: O Palocci não tinha isso?
Farias: Não. O Palocci era completamente fechado, não se comunicava. Essa era uma característica dele. Que também é uma característica da presidente. Então a Gleisi, tenho certeza, vai virar uma voz frequente na divulgação das políticas do governo. É um acerto porque o governo tem que se comunicar mais, os ministros tem que se comunicar mais. Já o Lula falava muito e ocupava todos esses espaços. Não precisava mais ninguém falar porque ele já falava bastante. No governo agora está faltando isso. E a Gleisi vai ser muito importante.
UOL Notícias: Como o senhor vê as manifestações de divisão na bancada do PT na Câmara?
Farias: O PT da Câmara está muito dividido. Mas eles estão tentando superar isso. A decisão da presidente Dilma de colocar a Ideli e não um deputado como ministro da articulação política, mesmo já tendo colocado uma senadora na Casa Civil, é a demonstração de descontentamento da presidente com a divisão que tem lá [na bancada do PT na Câmara]. O recado foi dado de forma bem clara.
Tenho visto nesta semana [semana passada] várias declarações de unidade do Marco Maia [presidente da Câmara dos Deputados], do [líder do governo na Câmara, Cândido] Vaccarezza, do Paulo Teixeira [líder do PT na Casa]. Eles estão se esforçando.
Aqui no Senado tem uma bancada muito renovada do PT. Gente com posições diversas, uma lógica de muita independência. Nós estamos aqui tentando construir uma atuação de muito diálogo também com a oposição. Não tem lógica de rolo compressor. Essa é uma casa diferente. A bancada do PT é de dialogo. Aqui a força de cada senador depende muito de sua capacidade de dialogar, inclusive com adversários.
Crise nos bombeiros
O senador também comentou a crise do Corpo de Bombeiros no Rio de Janeiro, que está em manifestação por reajuste salarial e teve mais de 400 homens presos após invasão do quartel central da corporação.
Para Farias, o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), cometeu uma sequência de erros e deu “declarações infelizes” que agravaram a crise. “Aquela prisão de 439 bombeiros tinha tudo pra virar o que virou: um ato de comoção”, disse.
Leia aqui mais trechos da entrevista exclusiva ao UOL Notícias.
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