Flávio Dino, advogado e professor da UFMA |
Palácio dos Leões e Palácio La Ravardière |
Nas grandes cidades do estado (ou em todas?) o calendário eleitoral precipitou-se. Aqui em São Luís a partir da Assembléia há vários pretendentes a prefeitura de nossa Capital que logo completará 400 anos.
Sem adentrar nos demais candidatos arrisco-me em dizer que o advogado Flávio Dino tem vários motivos para ser candidato a prefeito de São Luís.
Em primeiro lugar, é que é o grande nome para disputar a viúva com o prefeito João Castelo, pelo menos até aqui.
Flávio (PCdoB) é o candidato da oposição com maior estatura política para entrar na disputa com João Castelo (PSDB). O mandato de deputado federal de Flávio Dino, sua trajetória jurídica, suas candidaturas a prefeito e a governador o cacifam para a disputa com João Castelo que apesar dos adesivos dizerem “caostelo” está vivíssimo.
A segunda razão é que – depois da eleição passada – , parece-me que Flávio precisa reconstruir seu nome para disputar com chances o Palácio dos Leões tendo as oposições unidas.
A terceira e mais importante razão, a meu ver, é que sem a prefeitura de São Luís a chance de a oposição apresentar um candidato a governador competitivo diminui dramaticamente, para ser otimista.
Aqui no Maranhão a equação para as eleições de governador é simples: ou se tem o Palácio dos Leões sob controle ou se tem o Palácio de La Ravardière. Este último, a única prefeitura do Maranhão que tem cacife econômico-financeiro-político para se propor a peitar o poderoso governo do Estado. Ou se tem o Partido do Palácio dos Leões – PPL ou o Partido do Palácio La Ravardière – PPLR. O mundo ideal é ter os dois partidos sob comando político.
A última eleição municipal, sem nenhuma dúvida, Flávio Dino era o melhor candidato, mas tinha contra si o apoio de Jackson Lago, do PDT e do governo do estado ao prefeito João Castelo.
A Prefeitura de São Luís de 1994 para cá tem servido de esteio essencial para as eleições de governador. Lembre-se de 2002 e 2006 quando Tadeu Palácios, sob a coordenação de Clodomir Paz, ajudou nas duas eleições Jackson.
Em 2006 teve ainda o apoio do Estado sob o comando de José Reinaldo Tavares. Se quiserem retroceder mais no tempo lembre-se das candidaturas de Cafeteira.
Só muita estupidez política poderá levar alguém a crer que – sem o controle do Palácio La Ravardière – , é possível disputar o Palácio dos Leões.
Roseana Sarney mesmo com todo poder do mundo no governo federal perdeu para Jackson em 2006 porque não tinha o controle político nem do governo nem da prefeitura de São Luís. Aliás, qualquer analista minimamente atento percebe o quanto se investiu politicamente em São José de Ribamar quando São Luís se mostrava rebelde aos sarneys. Em 2002 não teve segundo turno apenas por conta de uma firula jurídica do recurso de Ricardo Murad.
Sarney e Roseana têm tanta clareza disso que colocam São Luís na ordem de prioridade das prioridades para o ano que vem. Enquanto isso parece que Flávio Dino continua pensando que é possível ser candidato competitivo no Maranhão sem ter pelo menos a Prefeitura de São Luís. Com todo respeito que tenho por aqueles que pensam de forma diversa, mas acho isso uma tolice política.
Por fim, algum jurista que por ventura leia este texto poderá dizer que ele constitui a afirmação eloqüente de que sem abuso de poder político e econômico a partir do Palácio dos Leões e do Palácio La Ravardière não ganha eleição para governador. Se fizer tal objeção eu lhe digo: é isso mesmo e basta que se veja a história política recente das eleições para o governo do estado.
Na última eleição estadual João Castelo não colocou a prefeitura de São Luís na eleição de Jackson Lago e o resultado aqui em São Luís todo mundo ainda lembra. Foi pífio.
Só não sabe que as eleições para governador do Maranhão são produto do abuso de poder político e econômico e do poder institucional os poetas e as instituições político-jurídicas do estado. O homem comum do interior sabe disso.
Fonte: Blog do Marco Aurelio Gonzaga
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