Censura da família Sarney ao Estadão é destaque em fórum internacional sobre liberdade de imprensa

A censura imposta pela Justiça ao jornal O Estado de São Paulo a pedido da familia Sarney foi destaque ontem no noticiario, Jornal Nacional inclusive, sobre a cobertura no Fórum Internacional Liberdade de Imprensa e Poder Judiciário promovido pela ANJ (Associação Nacional de Jornais), SIP (Sociedade Interamericana de Imprensa) e STF (Supremo Tribunal Federal) em Brasília.

O Estadão está proibido pela Justiça de veicular noticias sobre a operação Faktor da Polícia Federal que acusa Fernando Sarney de lavagem de dinheiro, formação de quadrilha, dentre outros crimes.

O caso está sob segredo de Justiça, mas o relatório da PF e do Ministério Público vazou para a imprensa e revela a movimentação do filho do presidente do Senado na obtenção de obras públicas e, segundo a PF, no desvio de dinheiro público.

O jornal paulista foi o primeiro a ter acesso ao relatório como também as degravações das escutas telefónicas de Fernando e sua trupe.

Advogados, ministros e jornalistas participaram do encontro e defenderam a aprovação da lei de acesso a informações públicas, que tramita no Senado.

Segundo Judith Brito, presidente da ANJ e superintendente do Grupo Folha, o projeto faz “parte de todo o processo de construção de uma sociedade democrática”.

Se aprovada como está, a lei acaba com o sigilo eterno de documentos e cria regras facilitadas para obtenção de informações públicas.

O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), e o senador Fernando Collor (PTB-AL), entretanto, são contra o texto e têm impedido à sua votação na Casa.

Sabem que o instituto do segredo de justiça é extremamente útil para quem tem algo a esconder.

A censura ao estadão já dura dois anos.

Fonte: Blog do Raimundo Garrone