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segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Carlos Eduardo anuncia que é pré-candidato a prefeito de Natal



Presidente estadual do PDT, o ex-prefeito de Natal Carlos Eduardo anuncia que é pré-candidato a prefeito da capital potiguar, mas o discurso e as articulações políticas mostram que ele trabalha já como candidato. Como líder do PDT, confirma que o partido expulsará seis prefeitos que não apoiaram a candidatura dele ao Governo; como pré-candidato a prefeito de Natal, destaca que "deseja muito" contar com o apoio do PMDB; como ex-prefeito, enaltece o trabalho realizado; e como postulante a retornar ao Palácio Felipe Camarão, elege a atual prefeita Micarla de Sousa como sua principal adversária. "Ela é desprovida de preparo para o exercício da função. É despreparada e a consequência disso é Natal estar vivendo a pior administração que se tem notícia nos últimos 50 anos", comenta.Carlos Eduardo é cauteloso ao falar sobre possíveis conversas com o DEM e o PSDB, partidos da base de oposição ao governo federal. Prefere aguardar pela orientação do diretório nacional do PDT. Quando fala de possível apoio do PSB, que tem a ex-governadora Wilma de Faria como pré-candidata a prefeita, e do PT, que tem como candidato o deputado Fernando Mineiro, o pedetista demonstra prudência, mas não esconde o desejo de unir PSB e PT em torno da sua candidatura. Durante toda essa entrevista não houve um só momento em que Carlos Eduardo tenha falado em possibilidade de não ser candidato a prefeito. Pergunto sobre o que pode inviabilizar a sua candidatura, ele é direto na resposta: "Só o processo vai dizer". Mas já dá o recado: "Não contamos com o pessimismo, não contamos com outra alternativa que não seja a gente transformar a pré-candidatura em candidatura". Sobre o pleito 2012, alianças, punição aos filiados do PDT infiéis e a disputa ao Palácio Felipe Camarão, Carlos Eduardo concedeu a seguinte entrevista à TRIBUNA DO NORTE.
O que o senhor, como presidente estadual do PDT, fará com os detentores de mandato que não lhe apoiaram no pleito ao Governo (em 2010)?

Na campanha (de 2010) nós não contamos com o apoio de seis prefeitos do PDT. Dos sete prefeitos do PDT, só tivemos o apoio do prefeito de Parnamirim (Maurício Marques). Os demais aderiram a Rosalba (Rosalba Ciarlini, do DEM) ou a Iberê (Iberê Ferreira, do PSB). Em muitos municípios, cujo levantamento o partido está fazendo, que não apoiaram o candidato a governador e os candidatos que o partido apoiou na chapa majoritária, nós estamos, realmente, fazendo uma intimação para que essas pessoas se retirem da legenda. O objetivo do PDT é fazer essa reestruturação, não pretende ser um partido de quantidade, mas de qualidade. Um partido, por exemplo, onde tenha pessoas com mais consciência política, com espírito público, gente que esteja interessada em fazer parte de um partido, participar das suas decisões e acompanhar a legenda. Dos sete prefeitos, os seis vão sair. Já dispensamos o de Montanhas, Tibau do Sul, o de Jardim de Piranhas, o de José da Penha e estamos em processo de dispensa do prefeito de Barcelona.

O PDT vai requerer esses mandatos?

Nós não vamos requerer. Vamos apenas pedir para que eles saiam. 

O senhor não teme, com isso, enfraquecer o PDT. O partido poderá chegar a 2012 com as bases fragilizadas?

Mas de que adianta ter sete prefeitos e contar só com um. Veja que o PDT teve chapa pura e mesmo assim os outros prefeitos não acompanharam o partido. Onde nós chegamos nos municípios deles, eles se retiravam logo cedo para não esperar o candidato a governador e a chapa majoritária. É melhor ter um partido pequeno, mas mais homogêneo, de pessoas que tenham mais consciência política, que façam adesão consciente ao partido. Vamos democratizar o partido. Nossas decisões não serão de cima para baixo. Teremos a prática de reunir, discutir, ajudando a criar uma cultura partidária e fazer com que essas pessoas saibam que na agremiação a maioria decidindo, a minoria tem que seguir.

Falando agora sobre o pleito 2012, nesse momento Carlos Eduardo é candidato a prefeito de Natal?

Eu sou pré-candidato. Naturalmente, estamos em 2011 e não vamos resolver a eleição de 2012 em 2011. Esse é o momento em que nós estamos reorganizando, reestruturando o partido, fazendo novas filiações, organizando internamente o partido, fazendo crescer e o ano que vem é o ano próprio das eleições, de definição das alianças e nós, certamente, vamos buscar transformar a pré-candidatura numa candidatura. O que nos anima até o momento é chegar em qualquer parte de Natal e encontrar sempre manifestações de convocação, de apelo para que a gente volte para Prefeitura de Natal.

O que pode viabilizar sua candidatura a prefeito?

Nesse momento de pré-candidatura analisamos as dificuldades, mas, por outro lado, vemos com bastante otimismo porque enquanto houver apoio popular, não só no que encontramos na cidade, mas em seis ou sete pesquisas já divulgadas que nos colocam em situação de primeiro lugar absoluto. Não contamos com o pessimismo, não contamos com outra alternativa que não seja a gente possa transformar a pré-candidatura em candidatura.

E o que pode inviabilizar a sua candidatura?

Só o processo vai dizer. Não adianta eu lhe responder uma situação que vai acontecer ano que vem, quando a gente ainda está praticamente no meio do ano e isso significa dizer a mais de um ano da convenção.

Uma recente aliada sua foi a ex-governadora Wilma de Faria, com quem o senhor esteve em 2008. Há possibilidade dos senhores estarem juntos em 2012?

Nós temos uma orientação do diretório nacional do PDT que indica que as nossas alianças para as eleições do ano que vem tenham como prioridade partidos que estão na base aliada de sustentação do Governo Federal. Naturalmente, a gente tem que respeitar as decisões de todos os partidos. É legítimo que todo partido queira lançar candidatura própria e dessa forma chegar ao governo e fazer valer suas ideias. Com relação à governadora Wilma ela é da base aliada. Eu posso dizer que tenho diálogo com ela, embora não tenha conversado com ela há algum tempo. Mas tenho diálogo. Acho que, naturalmente, mesmo respeitando a legitimidade de candidaturas próprias e sobretudo o PSB que tem representatividade política para tanto, acho que se pode conversar, dialogar. Isso faz parte do processo eleitoral. Ou seja, as alianças e a escolha do vice-prefeito.

Seria um espaço a abrir para o PSB, o espaço de vice-prefeito?

Veja, eu não posso me antecipar a isso. Não posso especular isso. É contraproducente você fazer qualquer proposta no período que estamos vivendo, tão distante ainda até das convenções.

E o PT? O partido é da base, mas tem candidato próprio, que é o deputado estadual Fernando Mineiro. Então o caminho de 2012 é cada um lançar um candidato?

Tudo pode acontecer até porque, repito, é legítimo, a lei permite. Então é natural que se não houver uma convergência que cada partido lance suas próprias candidaturas e essas alianças fiquem adiadas para o segundo turno.

Mas isso não enfraquece?

É uma situação para ser discutida em momento próprio. E esse momento é em 2012.

O deputado federal Rogério Marinho (PSDB), pré-candidato a prefeito de Natal, afirmou, em entrevista à TRIBUNA DO NORTE, que o senhor é o responsável pela administração da prefeita Micarla de Sousa. Como o senhor avalia essa afirmação?

Essa é o tipo da afirmação que representa uma agressão a inteligência alheia. Eu tenho certeza de que só o próprio suplente de deputado Rogério Marinho acredita na sua própria mentira. É tão ridículo que não vou nem mais comentar.

Com relação à gestão Micarla de Sousa, chega com um desgaste ao terceiro ano. Onde foi que a prefeita errou?

Micarla foi minha vice, mas foi escolhida por um conjunto de partidos e lideranças políticas dentro da nossa coligação, a qual ela fazia parte ainda no PP. Dessa forma, não foi uma escolha pessoal do prefeito, foi dos partidos aliados, com a concordância do partido ao qual eu pertencia. Ganhamos a campanha no segundo turno. A minha convivência com Micarla só demorou os primeiros três meses da minha administração (de 2008), quando aí verifiquei que nós éramos incompatíveis, na forma de fazer política, na visão administrativa e foi por isso que houve o afastamento. Eu sabia, em 2008, pelo que conheci, que ela era despreparada para exercer a Prefeitura de Natal. Eu tinha essa forte impressão que se consumou quando ela ganhou a eleição e veio o seu governo. Então, ela é desprovida de preparo para o exercício da função. Ela é despreparada e a consequência disso é Natal estar vivendo a pior administração que se tem notícia nos últimos 50 anos.

2012 será o "tira-teima" entre Carlos Eduardo e Micarla de Sousa? Os senhores irão se enfrentar pela primeira vez.

Essa é uma previsão que está dentro do cenário político. Até porque ela é a minha principal adversária. Ela assumiu a prefeitura e patrocinou uma perseguição implacável, e persegue até hoje, nossa administração. Ela e seus auxiliares através da mentira, de falsas informações. Ela não teve pejo de tentar através disso me incompatibilizar com o povo de Natal. Apesar disso, o que encontro nas ruas de Natal são apelos e manifestações de convocação para que eu volte para prefeitura e as pesquisas mostram isso. Acho que a administração dela é desastrosa. Se ela pensa diferente do que estamos dizendo que ela se candidate, participe. 

O senhor vai para a disputa em 2012 sem o Governo do Estado, já que a governadora Rosalba Ciarlini (DEM) não é sua aliada, sem a Prefeitura do Natal, já que é adversário de Micarla de Sousa. Isso não torna o cenário muito adverso?

Veja bem, é muito difícil a gente se projetar no mês de agosto para eleição que terá convenção em junho do ano que vem. Tudo que se colocar é hipótese. É muito difícil falar por hipótese. Porém, quem vai dizer realmente isso, qual a nossa coligação ou se não teremos condição de nos coligar, como vamos para a convenção, se transformamos a pré-candidatura em candidatura, é o processo. 

Como estão suas conversas com o PMDB?

Este ano eu creio que os partidos todos estão voltados para o fortalecimento interno das suas estruturas partidárias, até como estratégia que pode naturalmente vingar. Todos estão com pré-candidatura e faz parte. Tem havido conversa, eu tenho conversado, mas são ainda conversas informais. Conversas de análise do quadro político, possibilidades de aliança, mas não passa disso. Dessa forma já conversei com Garibaldi, com Fátima, com Wilma de Faria (PSB), com Antenor Roberto (PC do B). Enfim, é o que pode acontecer nesse momento, conversas, nada de definitivo.

Essas conversas de 2012 poderão já fechar acordo para 2014?

Não tem acordo nem para 2012 e muito menos para 2014. Essas conversas têm tratado da possibilidade de aliança, mas só serão confirmadas ou não ano que vem.

O senhor tem conversado com o DEM?

Não conversei nem com o DEM e nem com o PSDB, desses partidos que têm a maior representatividade política e eleitoral no cenário nacional e aqui. 

Eles (DEM e PSDB) estariam fora do seu possível arco de aliança?

Toda eleição o diretório nacional, reunindo diretórios estaduais e municipais, tiram posição de orientação de alianças. Suponho que será uma orientação semelhante a de 2010, dá prioridade a partidos da base aliada. Mas eu não sei se haverá fechamento de questão para que sejam só partidos da base aliada. Essa é uma decisão que o partido já anunciou que vai tomar ainda nesse ano de 2011. 

O senhor, como líder do PDT, defende aliança apenas com partidos da base ou alianças com qualquer partido?

Defendo a prioridade com os partidos da base aliada, mas não defendo questão fechada. 

Houve alguns comentários que o senhor poderia deixar o PDT. O que há de verdade nessa história?

Nosso país vive um estado puro de eleição. Nós precisamos de uma reforma política e entre todas iniciativas para que a gente possa melhorar o processo político e a representação política, acredito que esteja também um distanciamento de uma eleição para outra. O que acontece é que acaba uma eleição começa outra. E aí nós vivemos esse lado que não é tão positivo, de que pela proximidade de uma eleição da outra, a gente vê avultar mais nomes de candidaturas do que mesmo os problemas que precisam ser discutidos. Isso é que é relevante e perde espaço por essa proximidade, onde a gente fica permanentemente na discussão política de quem vai mudar de partido, ser vice, de quem vai se aliar. Acho que a política perde o interesse da sociedade que não aguenta tanta política como se faz no Brasil.  A reforma política é prioridade para o Brasil dentro todas as reformas, precisamos distanciar uma eleição para outra.

A proximidade familiar que há entre o senhor, o deputado federal Henrique Eduardo Alves e o ministro Garibaldi Filho poderá levar o PMDB a lhe apoiar em 2012?

A política ela tem outros valores. A questão familiar ela pode, por uma questão de afinidade, aproximar. Mas a política tem outros valores. Acredito que a minha candidatura se coloca muito mais na experiência exitosa que tivemos como administrador de Natal, quando administramos sem desvio ético, colocando o interesse da cidade acima de todo e qualquer outro interesse, quando no provimento dos cargos o fizemos com pessoas com o perfil para o exercício da função e dessa forma administramos em sintonia com os princípios de eficiência. A nossa administração teve organização, gestão, teve planejamento e seriedade. Foi por isso que encontramos uma prefeitura que investia R$ 30 milhões ao ano e entregamos uma prefeitura que investia de recursos próprios da receita R$ 138 milhões ao ano. Ou seja, chegamos a 14% da receita. Por isso que foi possível resolver tantos problemas da cidade. O aterro sanitário, a coleta seletiva de forma pioneira em Natal, conservar 130 hectares no coração da cidade com o Parque da Cidade dom Nivaldo Monte, construímos 28 escolas, um centro de capacitação que era sonho de 20 anos do magistério. Levamos a efeito a construção de 3 mil unidades habitacionais, urbanizamos seis favelas, enfrentamos e vencemos o problema de Capim Macio, de Nossa Senhora da Apresentação, o fim da enchente na zona Norte com o canal José Sarney. Temos uma referência para o povo de Natal. Nossa maior referência é a postura na política e a administração aprovada. 

Mas o senhor acredita que poderá viabilizar o apoio do PMDB para a sua candidatura?

Eu gostaria muito de ter o apoio do PMDB se vier a ser candidato. Se vier a confirmar minha candidatura eu desejo muito e vou lutar para ter o apoio do PMDB. Claro que respeito a candidatura do deputado Hermano Morais (PMDB), mas desejo o apoio do PMDB


Fonte: http://tribunadonorte.com.br

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