Total de visualizações de página

terça-feira, 26 de julho de 2011

Tucanos ficam sem rota de voo

Edson Vidigal que assim como Rocha disputou o senado pelo PSDB em 2010 vai para o PDT (HONORRIO MOREIRA/O IMP/D.A PRESS)
Edson Vidigal que assim como Rocha disputou o senado pelo PSDB em 2010 vai para o PDT

Com a saída de dois nomes de peso no partido, o PSDB maranhense procura novos rumos. Mesmo com três deputados federais, três estaduais e três prefeitos das maiores cidades do estado, o partido passa por problemas internos que resultam em desencontro de ideias, interesses e práticas partidárias, cujo estopim começa a se delinear com a saída de Roberto Rocha para o PSB e Edson Vidigal para o PDT.

As duas baixas do tucanato maranhense se deram no momento em que começam a se delinear os quadros das eleições municipais. Indo para o PSB, Roberto Rocha dá sinais de querer uma aproximação com o grupo do PCdoB de Flávio Dino e articular um acordo que tenha como meta a disputa pelo governo estaudal em 2014. A caminho do PDT, Edson Vidigal fala em fortalecer as bases eleitorais do partido após a morte do ex-governador Jackson Lago.

Independente da motivação, as duas saídas deixam às claras a dificuldade de diálogo existente dentro da sigla. Fontes ouvidas pela reportagem apontam, cada uma a sua maneira, diferentes interpretações para as sucessivas despedidas de tucanos para outros ares.

A primeira delas, anunciada há cerca de um mês, foi a do ex-deputado federal Roberto Rocha, que vem enfrentando divergências dentro do partido desde as eleições de 2010. Mesmo tendo a presidência do partido nas mãos há quase quatro anos, Roberto Rocha preferiu deixar a base tucana e arriscar um diálogo com a oposição declarada ao governo do estado.

Já a saída de Edson Vidigal para o PDT teve tom de supresa dentro da sigla. O ex-ministro diz que já havia conversado com a base pedetista, mas não teve diálogo com o partido que está deixando. Apesar disto, Vidigal diz não passar por nenhum incômodo no PSDB e atribui a saída apenas a uma negociação com o PDT.

"A transmigração não ofende a estratégia do conjunto e essa luta de oposição exige uma certa mobilidade para fortalecer todas as trincheiras aliadas. O PSDB já está muito fortalecido com o quadro político que tem hoje, com muitos deputados e prefeituras. Agora é a hora de ajudar o PDT, que precisa de gás após a perda do doutor Jackson (Lago)," argumentou Vidigal.

Nas asas do dilema

No entanto, ainda estão abertas no PSDB várias feridas remanescentes das disputas eleitorais e que hoje determinam o desconforto dentro do partido. Há quem atribua a responsabilidade às atuais administrações municipais do partido e há também quem entenda que as arestas foram causadas pela gestão de Roberto Rocha à frente do partido.

O ex-deputado estadual e ex-chefe da Cassa Civil Aderson Lago (PSDB) é adepto da primeira tese. Como um dos nomes mais antigos do partido, ele diz que não pretende deixar a sigla, mas não vê com bons olhos as administrações de São Luís e Imperatriz, atribuindo aos dois prefeitos grande parte da culpa das desavenças partidárias.

"O que eu sei é que há uma insatisfação generalizada com (João) Castelo e (Sebastião) Madeira, que se elegeram com o partido e deram as costas à sigla durante suas gestões. O PSDB está virando um gueto familiar e quero ficar no partido para dizer umas verdades. O PSDB não é particular, mas está sendo usado em benefício familiar," asseverou Aderson.

Outra fonte ligada ao governo de João Castelo que preferiu não se identificar atribuiu toda a turbulência à má gestão de Roberto Rocha como presidente da sigla. "Os políticos do PSDB se transformaram em ilhas. Não existia reunião, desde 2010 não temos reunião. Fora que a figura dele (Roberto Rocha) fez com que o partido todo esbarrasse numa dificuldade de alinhamento com a oposição. Ele se candidatou ao Senado sem ouvir ninguém," disse.

Fonte: O Imparcial

Nenhum comentário:

Postar um comentário