Os dados divulgados pelo IBGE sobre a miséria no país revelaram cientificamente, isto é, através de um critério quantitativo – R$ 70,00 por mês – o que todos nós já sabíamos racionalmente: que o Maranhão é o estado mais miserável da república! Precisamente, 1,7 milhões de conterrâneos, de um total de 6,5 milhões de habitantes do estado, vivem na miséria. Isso representa 25, 7% da população maranhense – o triplo da média nacional que é de 8,5%! Deixamos bem para trás nossos companheiros de miséria, o Piauí e Alagoas, com 21,3% e 20,3% respectivamente.
Mas o que os dados “científicos” não revelam são as trágicas consequências dessa extrema pobreza material, que são a miséria “espiritual” e “política” dela derivada. Por “miséria espiritual” entendo a falta de educação formal, saúde, cultura, perspectiva cidadã e coletiva. Por “miséria política” compreendo as relações oligárquicas de poder, que se entranham na máquina republicana, que passa a reproduzir reflexivamente a miséria material e espiritual que deveria por dever acabar!
A miséria espiritual destrói qualquer perspectiva de transformação e mudança do horizonte de vida dos cidadãos. Esses, por sua vez, mergulhados no mar da falta de direitos básicos, adotam o individualismo mesquinho e tacanho como único valor ético por essas terras. O “querer se dar bem” imediatamente, sem nenhum julgamento ético, reproduz em uma escala dantesca a miséria onde todos afundamos. Vender o voto, se apropriar da coisa pública, jogar lixo nas ruas, incomodar os outros com som alto, desrespeito no trânsito, agressão às mulheres, crianças e idosos, a arrogância dos “novos ricos” e de uma classe média ignorante, são reflexos dessa pobreza do espírito!
Já a miséria política, mãe de todas as outras misérias, se mostra na corrupção dos poderes republicanos. Na justiça que só funciona para os poderosos. No legislativo – municipal e estadual – que se humilha e se rebaixa ao executivo, abrindo mão de cumprir, minimamente, seu papel constitucional. No executivo, dominado até a medula pelas relações oligárquicas, familiares e de compadrio! É uma espiral de oligarquias, da menor para a maior, que corroem os princípios básicos da racionalidade, da moral e da ética pública. Enriquecimentos ilícitos, fraudes, corrupção ativa e passiva, peculato, apropriação indébita, estelionato, prevaricação, improbidade, demagogia e incompetência são as marcas fundamentais da “miséria política” maranhense!
Portanto, a miséria material que o IBGE nos revela é apenas uma parte da tragédia maranhense. A outra, oculta dos números, só pode ser sentida e compreendida por quem vive nessas terras dominadas pelas oligarquias fâmulas da oligarquia Sarney. No Maranhão, Sarney é o “Rei da Miséria” e Roseana a “Baronesa da ralé”!
Pobre Maranhão! Condenado três vezes pela miséria!
Fonte: Blog do Jonh Cutrim
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