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sexta-feira, 3 de junho de 2011

Ministério Público detecta falta de antibióticos no Socorrão de Imperatriz


Deu no Correio Popular

por Hemerson Pinto

Na última terça-feira o Hospital Municipal de Imperatriz – Socorrão – recebeu a visita da Ação Social do Ministério Público e da Titular das 4ª e 5ª Promotorias Especializadas, Alline Matos Pires.

O motivo foi a denuncia da falta de medicamentos, feita por usuários do hospital. Alguns dias atrás, técnicos do Ministério Público já haviam verificado o problema, mas essa semana a situação foi considerada pior.

“Nós recebemos a denuncia da população e estamos investigando. Ouvimos muitas pessoas, fomos ao hospital, conversamos com funcionários, visitamos os postos e constatamos realmente a falta de medicamentos. Fiquei aproximadamente três horas no hospital e a situação é preocupante, mas estamos acompanhando para que essa situação seja controlada”, declarou a promotora de Justiça, Alline Matos.
Foto: Correio Popular
Aline Matos: preocupação com a saúde no Maranhão

Ela ainda informou que a direção do hospital e a Procuradoria do Município já foram à promotoria informar que providencias estão sendo tomadas. O Ministério Público continua investigando e hoje deve ouvir outras testemunhas e identificar possíveis danos.

No Socorrão, o diretor técnico Clovis Dias informou que o problema está relacionado ao atraso na entrega dos medicamentos por parte dos fornecedores. Ele garantiu que o pedido é feito com antecedência ao fim do estoque, mas como os distribuidores são de outros estados acabam ultrapassando o prazo da entrega. Dr. Clovis, que está há 10 anos na direção do HMI, admite que essa não é a primeira vez que isso acontece.

“Faltam empresas de distribuição de medicamentos em nossa cidade e quando é feita a licitação quem ganha são fornecedores de Teresina-PI, Belém-PA, Goiânia-GO, por isso acontece esse tipo de atraso e não podemos comprar em quantidade maior por causa do prazo de validade”, disse Clóvis Dias.

O diretor ainda informou que o setor jurídico do HMI já está tomando providências e que alguns produtos em falta já foram adquiridos em caráter emergencial. A principal falta no estoque era de antibióticos e itens utilizados nas UTIs.

O médico garantiu, no entanto, que ninguém foi prejudicado porque houve substituição de medicamentos. Quantos a cirurgias, ele afirmou que as de urgência e emergência foram todas realizadas e que as eletivas, que podem ser feitas hoje ou daqui a 15 dias sem prejudicar os pacientes, foram adiadas sem nenhum problema.

Preocupação
A promotora Alline Matos se mostrou preocupada também com a realidade da saúde do Maranhão. Ela cobra uma atitude urgente do Governo do Estado para a realização da Programação Pactuada Integrada, um instrumento onde os municípios, encabeçados pelo governo estadual, se organizam para dividir o atendimento à saúde por áreas específicas.

“Cada cidade ficaria responsável por uma especialidade. Seria decidido o que seria atendido em Imperatriz, em Balsas, São Luis… É um planejamento em relação ao serviço de saúde e o Maranhão está atrasado. A última Programação Pactuada Integrada aconteceu em 2005. Mas para isso o estado precisa avançar e nada foi articulado até agora”, denunciou a promotora.


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