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sexta-feira, 22 de abril de 2011

Show do Lobão em Imperatriz, "Isso que é uma viagem"


Por: Samuel Souza

Antes de tudo, cada um tem todo e total direito de reclamar pela sensação frustrante que foi o show do Lobão. Aliás, inclusive, para aqueles que não esperaram (afinal de contas, paciência tem limite), devem ser ressarcidos do ingresso e/ou no entendimento de ter sido lesado. Este é um ponto.

No meio do tiroteio, ninguém consegue raciocinar direito e as coisas ficam mais claras quando tudo passa. No stress, o que poderia ser simples, torna-se uma nuvem escura que embaça tudo. E foi isso que aconteceu desde cedo, não saber administrar o problema no principio da fagulha. E na hora do incêndio, poucos se prontificam ajudar.

Vamos ignorar todos os comentários maldosos e jocosos em relação ao artista e sua banda. Para quem acompanhou pelo twitter o que Lobão escrevia, sabia do desespero dele sobre tudo que estava acontecendo. Numa ilógica do percurso dos shows, Lobão estava em Teresina no dia anterior. Veja que loucura: de Teresina ele foi pra Brasília de avião. Luís Gonzaga já havia dito: “Peguei o trem em Teresina pra São Luís do Maranhão”. Era o mais lógico. O vacilo começou daí.

De Teresina para Imperatriz é um arco extremo de dois pontos. E quem pagou o pior, foi à banda que estava vindo de ônibus. E aí aconteceu a merda toda do imprevisto. O ônibus (de linha) da banda quebrou no meio do nada. Sem comunicação por mais de horas, já imaginava que o pior tinha acontecido. Quando o sinal telefônico estabeleceu, foi então agilizado uma van para trazer a banda para Imperatriz. E aí, outra porcaria aconteceu: justamente ali em Açailândia, já era 21 horas, o motorista vacilou lá naquele infeliz trecho e rasgou rumo ao Pará. Foram bater em Dom Elizeu!

Só pra recapitular: o ônibus quebrou, a banda ficou sem comunicação, arrumaram uma van, informaram aos organizadores do show que já estava chegando em Açailândia e depois disso, se perderam. E mais uma vez, perdeu-se o contato telefônico.


Não é justo dizer que Lobão chegou a Romanos ou a Imperatriz 3 ou 4 horas da manhã. Que o cara estava chapado, lesado, nada disso. Às 23h30 ele já estava no hotel louco com todos os acontecimentos e imprevistos. Lobão chegou à Romanos umas 2 horas da manhã, após saber que a banda já estava a caminho. Mas até aí, não há nenhum alívio, pois aquela altura não iria ter passagem de som e claro, com mil anos de estrada, ele sabia que não ia ser legal aquela apresentação.

A banda de Lobão fez um esforço Hercule para chegar e fazer o show. E apesar de toda a má sorte, os caras e a mina da bateria, diga-se, tocaram pra caralho. Eu nem sei dizer se isso faz parte do espírito rock´n´roll, talvez estivesse sendo injusto com algum estilo, mas parece que só mesmo no rock coisas assim acontece, tirar de onde não há mais nada, energia para fazer acontecer. Apesar do som ruim, problemas no retorno, microfone dando choque, agregado a tudo que havia acontecido, a banda detonou e tocou com ânimo e gás, até o limite do provável, até onde dava.

E você deve se perguntar: pq a banda estava de ônibus e o Lobão de avião?! Acreditem, Leornado da Romanos havia proposto que todo mundo chegava e partia de avião. As outras localidades que não aceitaram, e para os shows acontecerem (que já haviam sido cancelados), era viável para os outros organizadores ter a banda encarando o trajeto de busão.


De qualquer forma, foi um acumulo de imprevistos, má sorte, mas em nenhum momento má vontade nem de Lobão, nem da banda e equipe e nem da organização do show. Foi até pensando em adiar o show para outro dia, colocar o Antiquarius para segurar mais um pouco a galera. Vixe, rolaram muitas coisas! Não acho certo comentar que show de rock é assim mesmo, que os problemas fazem parte do show do Lobão. Não é justo isso. Quem tem banda, viaja Brasil adentro, além do fato de fazer isso há décadas, é tão frustrante quanto é para o público.

E mais uma vez afirmo, o público fez sua parte. E foi algo sensacional, mas infelizmente deu esta porcaria toda. Parece até amadorismo! Talvez houvesse a perca do timing da organização do show e do proprietário da casa em não informar abertamente a todos o que de fato estava acontecendo. Acredito que a verdade sempre é o melhor caminho para esclarecer qualquer desfortúnio dos contratempos. Por bem ou por mal, deveriam ter aberto o jogo e não sei se é inocência de minha parte, mas acho que todo mundo ali iria compreender. Os que não concordava esperar, reembolsasse o investimento. Porém, assim como os demais, eu estava ali como expectador, fã e solidário a toda problemática. Tentei ajudar na mais extrema das limitações. Minha esposa e filho acompanharam tudo de perto.

Foi frustrante, quase brochante. Artista e público merecem muito mais. Todavia, que problemas assim não nos façam desistir de outros eventos fora da seara comum que rola em Imperatriz e não perder a fé que shows melhores viram. Sei que por mais que tente justificar tudo que aconteceu, não tiro a razão da discordância. E não esqueçam pessoal, o Pilantropia fez um puta de um show, segurando a onda em manter um público que fora ali para ver o artista principal da noite. Vamos reconhecer o valor da nossa turma. Não é fácil.

Talvez tenha esquecido de um ou outro detalhe. Agradeço ao Jan Ricardo, ao Jerry e a minha família por compartilhar tudo que aconteceu. You can't stop rock 'n' roll!!!

Fonte: Blog de Sameul Souza

Um comentário:

  1. Se fosse um show gospel, certamente não teriamos estes problemas...

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