Leonel Brizola nosso eterno líder pedetista |
Em 26 de dezembro de 1963 o deputado Leonel Brizola avistou no balcão da Varig, aeroporto do Galeão, Rio de Janeiro, o jornalista David Nasser, Diretor de O Cruzeiro.
Nasser apenas ouviu o tom exaltado do parlamentar__"Prepara-te para apanhar"__ quando recebeu, primeiro um soco no ouvido, depois um murro no queixo que o derrubou.
No chão, zonzo, ainda conseguiu ouvir as ameaças do político gaúcho: "Da próxima vez terás que engolir o artigo inteiro". Brizola referia-se a um editorial de duas páginas, publicado na edição de 20 de julho/63 da revista com o título "Resposta a um pulha", um dos mais contundentes textos já publicados na mídia brasileira no século XX contra um homem público.
No referido editorial Nasser chama Brizola de "um exemplo trágico de inexorável verdade hereditária" e então esclarece o seu raciocínio: "Na sua ascendência o laboratorista moral poderia encontrar santos, mafiosos, papas e abigeatos.
Não creio, entretanto, que nessa pesquisa encontrasse um covarde de sua espécie". Mais adiante define o deputado como "essa coisa que anda, que fala, que ri, que mente, que insulta... de um mussolonismo barato, sem grandeza, porque é a de um "Duce" de esgoto... à espera de uma creolina democrática ou gramatical".
Coice do Pangaré
Sem outra intenção, senão a de ofender, continua: " Acredita...esse pangaré mordido de cascavel verborrágica, esse rebotalho humano que exibe a sua cunhadeza...imagina o senhor Leonel Brizola, o capadócio cunhoso, que um homem de bem não sabe, não pode lhe responder na sua linguagem sem asseio".
Mais adiante o editorialista apela: "Não tenho medo de você cafajeste inibido, boçal que aprendeu a ler com o minuano na ampla universidade dos ladrões de cavalos.Venha com os seus capangas de fraldas enceradas, ladrões, como você, mamadores como você do infeliz tesouro do Rio Grande do Sul..." Então finaliza: "triste é o jornalista que tem o dever, neste prefácio de lama, de enfiar a pena no seu sangue pútrido, na sua carreira putrefata e na sua figura pífia, para cumprir o sagrado papel de revelar à geração atual e à geração futura, que nós não tivemos culpa do senhor existir".
Brizola, diante da virulência do editorial do O Cruzeiro, processou Nasser por injúria, calunia e difamação e meses depois no encontro narrado no início deste artigo, perante testemunhas, nocauteou o jornalista.
O episódio foi manchete do O Jornal e Última Hora e matéria de primeira página na Folha de S.Paulo e O Estado de S. Paulo e virou literatura de cordel nos versos de Cuíca de Santo Amaro.
Mesmo assim Nasser teve a cara de pau de contar a sua versão distorcida dos fatos em artigo publicado em 10/01/64: "Bato o teclado desta máquina com a mão que esbofeteou um canalha pela segunda vez...". Pelo visto o soco lhe alterou, também, o juízo.
Fonte: Portal Imprensa UOL
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