Total de visualizações de página

sábado, 7 de maio de 2011

MARANHÃO DO SUL: Siqueira Campos alerta lideranças


"Ou vocês tomam uma posição agora nesse negócio ou a história vai cobrar de vocês amanhã. Não deixem esse sonho adormecer", disse Siqueira.

O último encontro realizado pró-Maranhão do Sul, aconteceu em meados do mês de novembro de 2009 em Riachão, cidade localizada na Chapada das mesas, sul do Maranhão, distante 727 km da Capital São Luís.

Encontro pró-Maranhão do Sul em Riachão-MA
O encontro, em que esteve presente como principal palestrante o agora (novamente) governador do Tocantins, José Wilson Siqueira Campos (PSDB), prefeitos dessa região como Sebastião Madeira (Imperatriz), Ildemar Gonçalves (Açailandia), Deoclides Macedo (Porto Franco), Chico Coelho (Balsas), Vete Botelho (Itinga), João Menezes (Arame), Socorro Martins (São Felix de Balsas) e o anfitrião, Dr. Edimar (Riachão), os deputados federais Davi Jr. (PP) Roberto Rocha e Carlos Brandão (PSDB), e o deputado estadual Stênio Resende (PMDB), foi puxado pelo jornalista e editor do jornal Folha do Maranhão do Sul, Waldir Azevedo Braga, além de representantes políticos de quase toda a região e  membros do Comitê pró-Maranhão do Sul, capitaneados pelo empresário imperatrizense, Fernando Teles Antunes.

Waldir Braga
A idéia de Waldir Braga com o encontro era uma tentativa de reerguer naquela ocasião a bandeira da criação do novo estado, um sonho tão acalentado por todos nós da região tocantina e do sul do Maranhão, mas que como agora se encontrava meio esquecido.

Naquela ocasião Siqueira Campos fez algumas admoestações a respeito do projeto e da luta pelo Maranhão do Sul.

Já fazem 1 ano e seis meses daquele evento, na ocasião  gravei tudo que lá aconteceu e publiquei o discurso de Siqueira Campos no jornal Folha da Chapada das Mesas.

Nesse momento, quando tanto se fala na criação do Estado do Karajás e por aqui algumas lideranças, como o vice-prefeito Jean Carlo buscam reavivar nosso sonho emancipacionista, resolvi publicar aqui no blog alguns trechos que considero mais importantes do discurso desse experiente político, Siqueira Campos, que naquela ocasião fez entre outra considerações importantes um alerta às lideranças do movimento que lutam pela criação do novo Estado. Confira:

1 - “Eu não tenho pretensões eleitorais aqui, só estou vindo retribuir a ajuda que recebi de ilustres colegas políticos maranhenses, na luta pela criação do Tocantins. Vou começar pelos de saudosa memória que já se foram: Henrique la Roque, Américo de Sousa, Nunes Freire, Pires Sabóia, Alípio Carvalho (de Carolina, à época deputado pelo Paraná), Eurico Ribeiro, Luiz Rocha e Temístocles Teixeira. E os vivos, amigos como o senador Epitácio Cafeteira, o atual prefeito da capital João Castelo, Chico Coelho e tantos outros maranhenses.

2 - AS VANTAGENS DE SE CRIAR O MA DO SUL - São inúmeras as vantagens de se criar o maranhão do Sul e vocês sabem isso de cor e salteado, mas quem mais vai se beneficiar será a população do Maranhão do norte. E vou mostrar isso pra vocês...

A situação do Maranhão hoje é preocupante, apesar desse desenvolvimento vivido no país: o Maranhão tem uma das populações mais pobres do Brasil, é o Estado onde existe uma diferença imensa sobre classes sociais. É preciso reduzir isso e só se reduz de forma mais fácil essa situação desmembrando-se a parte sul da parte norte.

Eles (os do norte) vão ter um avanço maior que nós aqui. Desculpem falar assim “nós”, mas eu só não mudo meu domicílio eleitoral para o Maranhão do sul porque eu só saio do Tocantins se for para ir para o céu. (risos e palmas da platéia).

Não dá para continuar assim. Como está perdem os dois lados, Maranhão do norte e Maranhão do Sul: prefeituras não tem renda, não tem receitas, a Educação e a Saúde vão mal, pois os recursos estão mal divididos...

Então é preciso medidas governamentais, programar políticas públicas que alavanquem as condições de ganho do pobre, dividir os recursos... E a redivisão territorial, a criação do Maranhão do Sul é o instrumento mais importante para mudar esse quadro.

Assim como aconteceu com Goiás que ao desmembrar o Tocantins quase que dobrou sua renda per capta, o Maranhão vai melhorar. Essa área remanescente que vocês devem chamar de “Novo Maranhão”, vai dobrar a sua participação no percentual do Produto interno bruto, vai dobrar ou triplicar sua renda per capta.

E não se preocupem que o Maranhão do Sul vai nascer forte e como o Tocantins vai ter em pouco tempo o seu desenvolvimento. Isso é inexorável. Agora assim como está, com as distancias enormes não dá.

Como é que se pode governar lá de São Luís? Como saber e sentir o que o povo precisa. O que o povo tem direito, o que o povo pode ter de potencial de riqueza?

É preciso repartir, o Maranhão está muito grande, desigual, tem que desmembrar.

SOBRE A CAPITAL - Vocês têm aqui uma bela capital, que é Imperatriz, uma metrópole que cresce todos os dias. Ocorre que lá no Tocantins Araguaína era a maior cidade mais nem por isso ela se tornou a capital. Mas não foi por outra razão é que ela ficava no extremo do Estado, ia ficar há mil quilômetros de distancia da divisa sul do estado. E ainda havia o meu sonho não revelado de muito tempo que era construir Palmas no centro geodésico do Brasil.

ALERTA - Quando a gente quer fazer uma coisa a gente tem que se determinar, ou então larga para outro fazer. Ou vocês tomam uma posição agora nesse negócio ou a história vai cobrar de vocês amanhã. Não deixem esse sonho adormecer, esse projeto ficar esquecido nas prateleiras da Câmara ou do Senado...

“COBREM O SARNEY” - Eu estou deixando aqui prefeito Edmar (Dr. Edmar de Riachão), dois vetos do Sarney. Eu chorei. Chorei como quem perde um filho, mas eu não me dei por vencido e mandei dizer pra ele que eu iria para a Constituinte e lá eu iria ganhar. Mas no caso do Maranhão do Sul, quem sabe ele está querendo se recuperar do desgaste e resolva
ajudar.

Está na Istoé dessa semana que ele vai colocar na pauta de votação o Estado do Karajás. Por que não coloca também o do Maranhão do Sul? Ele me falou uma vez: “Agora eu estou convencido que o Estado do Maranhão do Sul é uma realidade e nos temos que atender”. Ele me disse isso. Então vamos ver se ele se lembra disso. Cobrem dele!

Vocês sabem, as coisas só acontecem na pressão. Vocês ouviram falar num cara que colocava a língua pra fora assim (gesto), chamado Einsten? Ele dizia: Questionar sempre! “Por que fez isso...Por que não fez aquilo? Não adianta ficar só com conversa mole, tem que cutucar a onça com vara curta sim...”

 SOBRE GASTOS - Vejam o seguinte: O Maranhão não gasta um tostão com a criação do Maranhão do Sul. Ao contrário vai receber uma compensação (não merece, mas vai receber) do governo federal, com a criação do Maranhão do Sul. E vocês vão ter a oportunidade de fazer um grande trabalho, mas não estarão sozinhos, terão técnicos até do Banco mundial. É isso que vocês vão ganhar, o direito de ir buscar em nome dessa gente nobre sul maranhense os seus direitos.

Hoje vocês não tem esse direito, quem tem é São Luís. E São Luís não está interessado nisso aqui não. E não é porque é governadora
A ou governador B, Filha de sicrano ou beltrano.

Vocês vão ter dinheiro para construir rodovias, obras estruturantes, o que for necessário para a evolução do novo estado.

COMEÇAR DIREITO - De maneira que vocês procurem depois começar direito. Num mundo altamente globalizado, como é que nós vamos viver cercado pela ignorância e pela falta de conhecimento?

Inicialmente, ao criar esse novo estado, vocês terão que abrir as portas para o conhecimento, dar acesso as crianças e aos jovens para que eles possam competir nesse mundo globalizado.

Por que o Maranhão tem o maior índice de analfabetos, de mortalidade infantil? Vocês tem que mudar isso. Com a criação do Maranhão do Sul vocês terão condições de mudar isso.

FINAL - Eu fico feliz em poder colaborar com essa luta. E eu espero viver mais para poder festejar com vocês essa mudança... Meus parabéns a vocês e que Deus nos abençoe. 

NOTA DO BLOGUEIRO JOSUÉ MOURA: 
Ao final  ficou definido um novo encontro em Arame-MA e os deputados Carlos Brandão, Daví Jr. e  Roberto Rocha se comprometeram de tentar reabrir a discussão na Câmara, enquanto que Stênio Resende também faria  um discurso na assembléia buscando reunir um grupo de parlamentares para debater a questão por aqui. Sabe-se que Brandão fez um discurso e Daví Júnior pediu que o projeto voltasse á pauta da Câmara, o que até hoje não aconteceu.

Quanto aos prefeitos, cada um foi cuidar dos problemas de seus municípios e não se falou mais em Maranhão do Sul, até que o presidente do Comitê Maranhão do Sul, Fernado Antunes, ano passado se candidatou a deputado federal e tentou usar o argumento de que o o projeto do Maranhão do Sul precisava de um deputado na Câmara para tirá-lo da gaveta, já que com a saída de Sebastião Madeira o projeto estava adormecido. Mas não pegou e Antunes teve uma votação pífia. O povo não quer mais o Maranhão do Sul? Não é isso:

O sonho não acabou. Apesar de tudo isso e de parecer totalmente o contrário a conjuntura, creio que a aprovação agora do plebiscito para a criação do Estado de Karajás no Pará, pode nos ajudar a desengavetar o projeto do Maranhão do Sul. 

Então está  na hora de sairmos dessa letargia e irmos em busca de tornar realidade o  nosso sonho. Do contrário, como disse Siqueira Campos, a história vai nos cobrar.  Depois volto ao assunto.



Nenhum comentário:

Postar um comentário